segunda-feira, 15 de julho de 2013

Não andeis ansiosos - Jocélio Martins


Não andeis ansiosos

Talvez seja esse um dos grandes sentimentos a palpitar o coração do homem pós-moderno que, no afã de neutralizar o absoluto domínio de Deus sobre a sua vida, ou mesmo com o desejo de se emancipar das forças que o atraia a confiar a Deus o seu andar, foi-se conduzindo a um profundo caos existencial, sem sentido; sem sabor e sem vida. A consequência imediata desta nova configuração do “homem-solitário”, “senhor de seu destino” foi a triste constatação de que não confiar a Deus o arquitetar de nossos sonhos, seja talvez uma das grandes causas que conduz o homem à ansiedade, isto por que as incertezas quanto ao amanhã têm levado as pessoas em todas as eras a se afligir com medo do que nos reserva o futuro.

Conhecendo a fonte desse problema, a saber, o coração do homem, Jesus já advertia-nos que não devemos andar ansiosos quanto ao amanhã, pois, conhecendo a Deus somos levados a entender que apesar de qualquer coisa: Fiel é Deus. Tinha razão A. W. Pink quando afirmou que a percepção desta bendita verdade nos protegerá da preo¬cupação. Não somos “super-homens”, isto é fato, porém, com o olhar Naquele que das trevas faz raiar a luz, somos convidados a desfrutar de paz (que excede ao entendimento humano), ainda que tudo conspire à inquietude ou desespero. Para A. W. Pink, estar cheio de preocupações, ver a nossa situação com prenúncios sombrios, antecipar o amanhã com ansiedade, é ofen¬der a fidelidade de Deus, pois, segundo as suas preciosas lições: “O Senhor sabe o que é melhor para cada um de nós, e um efeito da confiança nesta verdade será o silenciar das nossas petulantes reclamações. Deus é grandemente honrado quando, sob provação e castigo, temos bons pensamentos sobre Ele, vindicamos a Sua sabedoria e justiça, e reconhecemos o Seu amor mes¬mo em Suas repreensões”.

Lançar sobre Deus a nossa ansiedade, sem dúvida alguma é um grande e aprazível convite em meio a essa geração cuja alma encontra-se duramente açoitada pelas e aflições e sofrimentos causado pelo medo da não realização, do não conseguir, do não ter ou coisas dessa natureza. Se olharmos em direção Àquele que na cruz esteve e em suas mãos deixarmos todos os nossos interesses, assim como as nossas preocupações, viveremos a mesma verdade experimentada por Paulo ante o espinho que o afligia: a Graça de Deus nos basta, e, como bem expressou o Dr. Pink, quando plenamente persuadidos pelo amor e fidelidade de Deus, tanto mais depressa ficaremos satisfeitos com as Suas providências e compreenderemos que "ele tudo faz bem”. Portanto, não andemos ansiosos, pois, em meio a qualquer situação que nos sobrevenha: a vontade de Deus é boa, agradável e ternamente perfeita.

Jocélio Martins

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