sexta-feira, 5 de abril de 2013

Telhado de Vidro


A Iraniana Sakineh Ashtiani foi condenada à morte por apedrejamento por crime de adultério (não comprovado).
As condenações brutais no Irã que compreendem enforcamento em praça pública, açoites cruéis e apedrejamento revelam o retrocesso de um regime fundamentalista islãmico que aplica a violência em nome da justiça. O que está por trás do espectro político é a influência anacrônica e legalista de um esquema religioso doentio que beira a loucura e é encabeçado pelos líderes espirituais, os Aiatolás.
Já nos dias de Jesus alguns líderes religiosos judeus tinham essa mesma postura. Certa vez trouxeram ao Mestre uma mulher que, segundo eles, fora apanhada em “flagrante adultério” e exigiam seu apedrejamento pois suas leis assim ditavam.
Jesus então se inclina e começa e escrever com o dedo na areia e nada lhes responde; “Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele dentre vós que está SEM PECADO seja o primeiro que lhe atire uma pedra.” (João 8:7)
Esse julgamento precipitado e legalista embota a visão dos acusadores e está cheio de falhas. Senão vejamos:
  • Se a mulher fora apanhada em “flagrante adultério” onde estaria o homem que adulterava com ela?
  • Deus faria acepção de pessoas condenando uma mulher e absolvendo um homem pelo mesmo delito?
  • Não tinham todos aqueles homens a mesma culpabilidade?
Uma das possíveis traduções da palavra grega “autón” dá à resposta de Jesus a seguinte tradução: “… aquele que estiver sem ESTE PECADO seja o primeiro que lhe atire uma pedra.” pois no padrão do céu, como o próprio Jesus afirmou em outra ocasião, o conceito é mais amplo: “Eu, porém, vos digo que todo aquele que OLHAR PARA UMA MULHER para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” (Mateus 5:28)
Essas considerações nos levam a algumas reflexões importantes e aplicáveis nos tempos de hoje.
Jesus deu à Lei de Moisés a sua verdadeira aplicabilidade e mostrou que não existem culpados e inocentes, somente culpados.
Mesmo que nos esforcemos, e não estamos fazendo isso muito bem, jamais vamos atingir o padrão que Deus exige.
Nossa salvação é pela graça e misericórdia de Deus que nos amou e nos perdoou em Cristo!
E a história daquela mulher termina assim: Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé. Então, erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais. (João 8:9-11)
Se somos todos réus, porque insistimos em querer ser juízes?

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