sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Jesus, o Deus que vestiu pele humana.

O apóstolo João, mais do que os outros evangelistas, falou-nos acerca da divindade de Jesus Cristo. No prólogo de seu evangelho já deu o rumo de sua obra: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Depois de falar que esse Verbo foi o agente criador e também o doador da vida, anunciou de forma magistral: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (Jo 1.14). Destacamos, portanto, aqui, quatro grandes verdades sobre o Verbo de Deus.
Em primeiro lugar, a eternidade do Verbo. “No princípio era o Verbo…” (Jo 1.1). Quando tudo teve o seu começo, o Verbo estava lá, não como alguém que passou a existir, mas como o agente de tudo o que veio à existência. O Verbo não foi causado, mas ele é causa de tudo o que existe. O Verbo não foi criado antes de todas as coisas, mas é o criador do universo no princípio (Jo 1.3). Se antes do princípio descortinava-se a eternidade e se o Verbo já existia antes do começo de tudo, o Verbo é eterno. A eternidade é um atributo exclusivo de Deus. Só Deus é eterno!
Em segundo lugar, a personalidade do Verbo. “… e o Verbo estava com Deus…” (Jo 1.1). No princípio o Verbo estava em total e perfeita comunhão com Deus. A expressão grega pros ton Theon traz a ideia que o Verbo estava face a face com Deus. Como Deus é uma pessoa e não uma energia, o Verbo é uma pessoa. O Verbo é Jesus, a segunda Pessoa da Trindade. Isso significa que antes da encarnação do Verbo, ele já existia e, isso, desde toda a eternidade e em plena comunhão com o Pai. Jesus não passou a existir depois que nasceu em Belém. Ele é o Pai da eternidade. Nas palavras do Concílio de Nicéia, ele é co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai.
Em terceiro lugar, a divindade do Verbo. “… e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). O Verbo não é apenas eterno e pessoal, mas, também, divino. Ele é Deus. Ele é a causa não causada. A origem de todas as coisas. O criador do universo. Ele é o verbo, ou seja, o agente criador de tudo que existe, das coisas visíveis e invisíveis. O Deus único e verdadeiro constitui-se em três Pessoas distintas, porém, iguais; da mesma essência e substância. O Verbo não é uma criatura, mas o criador. Não é um ser inferior a Deus, mas o próprio Deus. Embora, distinto de Deus Pai, é da mesma essência e substância. Ele é divino!
Em quarto lugar, a encarnação do Verbo. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14). Aqui está o sublime mistério do Natal: O eterno entrou no tempo. O transcendente tornou-se imanente. Aquele que nem o céu dos céus pode contê-lo foi enfaixado em panos e deitado numa manjedoura. Deus se fez homem, o Senhor dos senhores se fez servo. Aquele que é santo, santo, santo se fez pecado por nós e o que é exaltado acima dos querubins, assumiu o nosso lugar, como nosso fiador. Ele se fez maldição por nós e, sorveu, sozinho, o cálice amargo da ira de Deus, morrendo morte de cruz, para nos dar a vida eterna. Jesus veio nos revelar de forma eloquente o amor de Deus. Não foi sua encarnação que predispôs Deus a nos amar, mas foi o amor de Deus que abriu o caminho da encarnação. A encarnação do Verbo não é a causa da graça de Deus, mas seu glorioso resultado. Jesus veio ao mundo não para mudar o coração de Deus, mas para revelar-nos seu infinito e eterno amor. Essa é a mensagem altissonante do Natal. Esse é o núcleo bendito do Evangelho.
Rev. Hernandes Dias Lopes.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Reformando...

A Ira de Deus
Por Thomas Magnum

"Pois a ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens, que impedem a verdade pela sua injustiça." Romanos 1.18


Comumente ouvimos os pregadores da televisão falarem: “Deus é amor. Ele ama você e quer ver você feliz”. São enfáticos ao demonstrar que, independente de quem você seja, Deus o ama. É notório que muitos destes textos citados da Escritura são isolados e não mostram o outro lado da mesma moeda. Quem nunca ouviu: “Deus ama o pecador, mas odeia o pecado”? É claro que creio no amor de Deus, pois a Bíblia diz que Ele é amor, como diz em 1 João 4.8, mas a mesma Escritura que diz que Deus amou o mundo dando seu filho (João 3:16) também diz: "Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem, porém, mantém-se em desobediência ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (João 3:36). A Bíblia está dizendo aqui que Deus não odeia somente o pecado, mas também o pecador. Está nos dizendo que aquele que não tem o filho, está sob a ira de Deus. Veja o que diz o Salmo 5.5: “Os arrogantes não permanecerão na tua presença; detestas todos os que praticam a maldade.” Outra versão diz: “odeias os que praticam a maldade”.

Talvez você diga: mas não sou mau, sou uma pessoa boa. Mesmo em meio aos teus atos de justiça a Bíblia nos diz o que Deus pensa disso: "Todos nós somos como o impuro, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas maldades nos arrebatam como o vento." (Isaias 64.6). O pecado nos afasta de Deus. Nos separa de Deus. Nossa condição não nos permite nem buscar a Deus. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus (Romanos 3.11). Sei que isso não é muito comum de se ouvir, mas lhe digo isso porque amo você. Porque desejo ardentemente que você tenha um encontro real com Cristo.

A palavra de Deus nos mostra que Deus odeia tanto o pecador como o pecado enfaticamente: “Odeias os que adoram ídolos fúteis” (Salmos 31.6). Por isso o próprio Deus providenciou nossa redenção em Jesus “pois a redenção da sua vida é caríssima, tanto que seus recursos não são suficientes” (Salmos 49). E também “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3.24). Que essa maravilhosa graça se manifeste a você. Que esse evangelho seja real a você. Creia nesse sacrifício! Jesus morreu por nossos pecados.

Querido(a), isso é maravilhoso! Você pode entender isso?

Essa ira de Deus, vista até agora em tantos textos da Palavra, foi desviada de nós e direcionada a Cristo na sua morte na cruz. Foi esse o cálice que Jesus bebeu, e agora nos proporciona outro cálice: “Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR” (Salmos 116.13) e também nos diz que: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue, derramado em favor de vós” (Lucas 22.20). O cálice da ira de Deus foi tomado por Cristo, por isso lemos no evangelho: “Podeis beber o cálice que eu bebo, ou ser batizados com o batismo com que sou batizado?" (Marcos 10.38). No livro O verdadeiro Evangelho, do pastor Paul Washer, ele nos trás uma ilustração do que aconteceu conosco: Imagine uma represa de dez mil metros de altura e dez mil metros de largura transbordando, e você está a dez metros dela. De repente essa represa desmorona e todo aquele turbilhão de água furioso está vindo em direção a você de forma violenta e destruidora. No entanto, a dez segundos de lhe atingir, o chão se abre e engole toda aquela água. Isso foi o que Deus fez por você. Isso foi o que Deus fez por nós. Cristo levou sobre si a ira de Deus contra o pecado para nos justificar.

Termino citando um texto da epístola aos Romanos: “Porque ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei; pois pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas agora a justiça de Deus se manifestou, sem a lei, atestada pela Lei e pelos Profetas; isto é, a justiça de Deus por meio da fé em Jesus Cristo para todos os que creem; pois não há distinção. Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus ofereceu como sacrifício propiciatório, por meio da fé, pelo seu sangue, para demonstração da sua justiça. Na sua paciência, Deus deixou de punir os pecados anteriormente cometidos; para demonstração da sua justiça no tempo presente, para que ele seja justo e também justificador daquele que tem fé em Jesus”( Romanos 3.20-26).


sábado, 14 de dezembro de 2013

Isa Indica ...

Bom dia galera! Graça e paz! 

A dica de hoje não é uma musica nova, não, na verdade é um pouquinho velha, "A Lição" do grupo Oficina G3, essa musica faz parte do CD "Além do Que Os Olhos Podem Ver" (2005). Uma bela musica com uma letra altamente reflexiva sobre os ensinamentos que o Senhor nos deixou e o que estamos fazendo com eles. 
Espero que gostem!

Deus vos abençoe!



quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

JUCEVídeos: Graça Irresistível | John Piper




"Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda."
João 15:16

Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
João 15:16
Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
João 15:16
Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.
João 15:16

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Reformando...


É simples, basta obedecer
Por Renato César 

Com alguma frequência ouço crentes argumentarem em torno de como o Diabo pode atormentar a vida dos cristãos, tanto por meio de tentações como mediante seu suposto poder para causar enfermidades ou tragédias. Não satisfeitos, colocam anjos e demônios em todos os lugares e situações, por mais corriqueiras que possam ser.

É verdade que anjos existem e que Satanás pode efetivamente interferir em nossa vidas, mas é notável a necessidade que muitos têm de "sobrenaturalizar" a vida cristã, como se vivessem uma versão hollywoodiana da batalha espiritual travada nas regiões celestiais.

Dessa interpretação equivocada da natureza da vida espiritual do crente surgem dezenas de aberrações, que incluem sonhos corriqueiros com status de revelação, sinais e mais sinais divinos que indicam que decisões tomar e justificativas absurdas para os desfechos negativos da vida pessoal.

Se observamos bem, veremos que pessoas assim têm a forte tendência ao legalismo e apresentam significativa inclinação à exacerbação de seu orgulho próprio, de tal forma que é comum não assumirem a responsabilidade por seus erros e serem presunçosos a ponto de se considerarem possuidores da verdade.

Na realidade, cristãos que veem a caminhada na fé como um show de efeitos especiais tendem a se distanciar drasticamente da praticidade do dia-a-dia, como se vivessem uma realidade paralela, marcada por eventos fantásticos e, consequentemente, ilusórios. São, por assim dizer, pessoas que não são levadas a sério por indivíduos de bom senso.

Lamentavelmente, o evangelicalismo reformado brasileiro, se podemos falar nesses termos, está muito bem servido desse tipo de crente. Alguns são mais tímidos que outros, sentindo-se mais à vontade em sair do armário somente quando estão presentes em reuniões de oração “quentes”, mas camuflando-se quando diante de outros irmãos mais conservadores. Já os mais eufóricos compartilham suas experiências a fim de dar validade a seus posicionamentos e autoridade às suas palavras. Argumentar contra esse tipo de prática sempre fez de mim um incrédulo, no máximo um frio na fé, para os tais espirituais.

O que esses fãs de Rebeca Brown querem está muito além do simples obedecer a Cristo e carregar sua própria cruz, pois isso torna a vida do cristão excessivamente normal, nada muito além do cotidiano do vizinho incrédulo. Tais crentes querem sentir o mover sobrenatural do Espírito, pois o papel deste de consolador, intercessor, capacitador e orientador de nossas vidas não basta. É preciso haver palavras ininteligíveis, visões mirabolantes e respostas de oração espetaculares para autenticar a fé.

Contudo, e felizmente, Jesus não deixou muito espaço para esse tipo de pensamento. Em vez disso, o Senhor nos deu uma fórmula bastante prática para viver nossa fé: obedecê-lo (Jo 15:14). O que Jesus quer de seus seguidores não é que sejam versões cristãs dos Jedi de Guerra nas Estrelas. Ele requer de nós que priorizemos a Reino de Deus e sua justiça e que amemos ao próximo (Mt 22:36-40), que sejamos justos, humildes e mansos (Mt 5:3-6), que antes de pedirmos perdão a Deus perdoemos os que nos devem ou nos ofenderam (Mt 6:12), que repartamos o que possuímos com os mais necessitados (Mt 25:41-46), que nos arrependamos de nossos pecados (Mt 3:2) e sejamos perfeitos (Mt 5:48), para citar alguns dos tantos mandamentos que nos deixou. Simples assim!


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A Palavra fez tudo!



"Nós devemos pregar a Palavra, mas os resultados devem ser deixados sob a boa vontade de Deus... 
Eu me opus às indulgências e todos os papistas, mas nunca por meio da força. Simplesmente ensinei, preguei e escrevi sobre a Palavra de Deus; outra coisa não fiz. 
E enquanto eu dormia ou bebia em Wittenberg junto de meus amigos Philipe e Amsdorf, a Palavra enfraquecia o papado de forma tão grandiosa que nenhum príncipe ou imperador conseguiu infligir-lhes tantas derrotas. 
Eu nada fiz: a Palavra fez tudo."

Martinho Lutero

Soli Deo gloria!

sábado, 7 de dezembro de 2013

Isa Indica ...

Graça e paz gente. 
O 'Isa Indica' ta de volta, e hoje trouxe pra vocês uma dica maravilhosa, 'Isaías 9' de Rodolfo Abrantes, uma musica linda com uma letra incrivel e totalmente Bíblica.
Espero que gostem.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Salvação, dom inefável de Deus.

A salvação não é uma conquista humana, mas uma dádiva de Deus. Não a alcançamos por mérito, mas recebemo-la por graça. A salvação não é um troféu que erguemos como fruto do nosso labor nem uma medalha de honra ao mérito, mas um presente imerecido. Concernente à salvação, como dom inefável de Deus, destacamos três verdades sublimes:
Em primeiro, a graça, o fundamento da salvação. “Porque pela graça sois salvos…” (Ef 2.8aa). A graça de Deus é seu amor imerecido, endereçado a pecadores perdidos e arruinados. Deus amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Amou-nos não por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Amou-nos não por causa das nossas virtudes, mas apesar das nossas mazelas. Amou-nos não porque éramos seus amigos, mas apesar de ser seus inimigos. Amou-nos e deu-nos seu Filho Unigênito. Amou-nos e deu-nos tudo. Deu-se a si mesmo. Deu seu Filho único. Deu-o não para ser servido, mas para servir. Não para ser aplaudido entre os homens, mas morrer pelos pecadores. Esse amor incomparável, incompreensível e indescritível a pecadores indignos é a expressão mais eloquente de sua graça. Assim, não somos salvos pela obra que realizamos para Deus, mas pela obra que Deus realizou por nós, na cruz do Calvário. A cruz de Cristo é o palco onde refulge com todo o esplendor a graça de Deus. Aqui está a causa meritória da nossa redenção, o fundamento da nossa salvação.
Em segundo lugar, a fé, o instrumento da nossa salvação. “… mediante a fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8b,9). Não somos salvos por causa da fé, mas mediante a fé. A fé não é a causa meritória, mas a causa instrumental da nossa salvação. Apropriamos da salvação pela graça, mediante a fé. A fé é a mão estendida de um mendigo para receber o presente de um rei. Deus nos oferece a salvação gratuitamente e apropriamo-nos dela pela fé. A própria fé não vem do homem, vem de Deus; não é resultado de esforço ou mérito humano, mas presente de Deus. A fé salvadora não é apenas um assentimento intelectual nem uma confiança passageira apenas para as questões desta vida. A fé salvadora é plantada em nosso coração pelo Espírito de Deus e então, transferimos nossa confiança daquilo que fazemos para o que Cristo fez por nós na cruz. A fé não apenas toma posse da salvação, mas, também, descansa na suficiente obra de Cristo. Somos justificados pela fé, vivemos pela fé, andamos de fé em fé e vencemos o mundo pela fé.
Em terceiro lugar, as boas obras, o propósito da nossa salvação. “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus, para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Não somos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. As boas obras não são a causa da salvação, mas sua consequência. Não fazemos boas obras com o propósito de sermos salvos; fazemo-las porque já fomos salvos pela graça, mediante a fé. É importante destacar que se as boas obras não encontram lugar como causa meritória ou instrumental da salvação, elas precisam ser vistas como a evidência da salvação. A fé e as boas obras não estão em conflito. A fé sem as obras é morta; as obras sem a fé não são boas. A fé produz obras e as obras provam a fé. A salvação é só pela fé independente das obras, mas a fé salvadora nunca vem só. Vem acompanhada das obras que glorificam a Deus e abençoam os homens. Essas obras foram preparadas de antemão para que andássemos nelas. Tudo provém de Deus, pois é ele quem opera em nós, tanto o querer como o realizar.
A salvação é um dom inefável de Deus. Foi planejada por Deus Pai, executada pelo Deus Filho e aplicada pelo Deus Espírito Santo. Foi planejada na eternidade, é executada na história e será consumada na segunda vinda de Cristo. Fomos salvos pela graça, mediante a fé e para as boas obras!
Rev. Hernandes Dias Lopes.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Quando a oportunidade aparece.

"Quando vocês forem levados às sinagogas e diante dos governantes e das autoridades, não se preocupem com a forma pela qual se defenderão, ou com o que dirão, pois naquela hora o Espírito Santo lhes ensinará o que devem dizer'. " (Lucas 12:11-12)

Estevão havia sido levado perante o Sinédrio para ser julgado por pregar o evangelho. Não havia autoridade maior que o Sinédrio em toda Israel naquela época. De pé, diante da elite religiosa, o jovem Estevão deu-lhes uma visão brilhante da história judaica.

Enquanto ouviam, estavam encantados com os seus conhecimentos e compreensão. Na verdade, a sua mensagem era tão poderosa que seus acusadores ficaram encantados. Mas, quando Estevão chegou no ponto principal, um desconforto começou a crescer entre eles. Depois de dar a sua visão da história de Israel, disse-lhes que o seu verdadeiro problema era ter traído e assassinado justamente Aquele pelo qual esperavam e que eles não tinham guardado a lei (veja Atos 7).

O Senhor deu a Estevão as palavras certas para dizer naquela ocasião especial. Lembre-se que Jesus disse aos seus seguidores: "Quando vocês forem levados às sinagogas e diante dos governantes e das autoridades, não se preocupem com a forma pela qual se defenderão, ou com o que dirão, pois naquela hora o Espírito Santo lhes ensinará o que devem dizer"(Lucas 12:11-12). Isso certamente aconteceu com Estevão. Ele estava pronto para a oportunidade que Deus colocou em suas mãos.

Estevão estava pronto para aquele momento significativo em sua vida. Um momento decisivo tanto na sua vida quanto na vida da igreja. Ele aproveitou o momento e fez a diferença. E você pode fazer o mesmo. Reconhecer uma oportunidade é a diferença entre o sucesso e o fracasso. Quando a oportunidade toca a campainha, você precisa se ​​levantar e abrir a porta
fonte: devocionaisdiarios.com

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Reformando...


É Sempre uma Falta de Amor Criticar e Julgar? 
Por: Augustus Nicodemus


Tornou-se comum evangélicos acusarem de falta de amor outros evangélicos que tomam posicionamentos firmes em questões éticas, doutrinárias e práticas. A discussão, o confronto e a exposição das posições de outros são consideradas como falta de amor.

Essa acusação reflete o sentimento pluralista e relativista que permeia a mentalidade evangélica de hoje e que considera todo confronto teológico como ofensivo. Nossa época perdeu a virilidade teológica. Vivemos dias de frouxidão, onde proliferam os que tremem em frêmito diante de uma peleja teológica de maior monta, e saem gritando histéricos, "linchamento, linchamento"!

Pergunto-me se a Reforma protestante teria acontecido se Lutero e os demais companheiros pensassem dessa forma.

É possível que no calor de uma argumentação, durante um debate, saiam palavras ou frases que poderiam ter sido ditas ou escritas de uma outra forma. Aprendi com meu mentor espiritual, Pr. Francisco Leonardo Schalkwijk, que a sabedoria reside em conhecer "o tempo e o modo" de dizer as coisas (Eclesiastes 8.5). Todos nós já experimentamos a frustração de descobrir que nem sempre conseguimos dizer as coisas da melhor maneira.

Todavia, não posso aceitar que seja falta de amor confrontar irmãos que entendemos não estarem andando na verdade, assim como Paulo confrontou Pedro, quando este deixou de andar de acordo com a verdade do Evangelho (Gálatas 2:11). Muitos vão dizer que essa atitude é arrogante e que ninguém é dono da verdade. Outros, contudo, entenderão que faz parte do chamamento bíblico examinar todas as coisas, reter o que é bom e rejeitar o que for falso, errado e injusto.

Considerar como falta de amor o discordar dos erros de alguém é desconhecer a natureza do amor bíblico. Amor e verdade andam juntos. Oséias reclamou que não havia nem amor nem verdade nos habitantes da terra em sua época (Oséias 4.1). Paulo pediu que os efésios seguissem a verdade em amor (Efésios 4.15) e aos tessalonicenses denunciou os que não recebiam o amor da verdade para serem salvos (2Tessalonicenses 2.10). Pedro afirma que a obediência à verdade purifica a alma e leva ao amor não fingido (1Pedro 1.22). João deseja que a verdade e o amor do Pai estejam com seus leitores (2João 3). 
Querer que a verdade predomine e lutar por isso não pode ser confundido com falta de amor para com os que ensinam o erro.

Apelar para o amor sempre encontra eco no coração dos evangélicos, mas falar de amor não é garantia de espiritualidade e de verdade. Tem quem se gabe de amar e que não leva uma vida reta diante de Deus. O profeta Ezequiel enfrentou um grupo desses. "... com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro" (Ezequiel 33.31). O que ocorre é que às vezes a ênfase ao amor é simplesmente uma capa para acobertar uma conduta imoral ou irregular diante de Deus. Paulo criticou isso nos crentes de Corinto, que se gabavam de ser uma igreja espiritual, amorosa, ao mesmo tempo em que toleravam imoralidades em seu meio. "... contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Não é boa a vossa jactância..." (1Co 5.2,6). Tratava-se de um jovem "incluído" que dormia com sua madrasta. O discurso das igrejas que hoje toleram todo tipo de conduta irregular em seus membros é exatamente esse, de que são igrejas amorosas, que não condenam nem excluem ninguém.

Ninguém na Bíblia falou mais de amor do que o apóstolo João, conhecido por esse motivo como o "apóstolo do amor" (a figura ao lado é uma representação antiquíssima de João) Ele disse que amava os crentes "na verdade" (2João 1; 3João 1), isto é, porque eles andavam na verdade. "Verdade" nas cartas de João tem um componente teológico e doutrinário. É o Evangelho em sua plenitude. João ama seus leitores porque eles, junto com o apóstolo, conhecem a verdade e andam nela. A verdade é a base do verdadeiro amor cristão. Nós amamos os irmãos porque professamos a mesma verdade sobre Deus e Cristo. Todavia, eis o que o apóstolo do amor proferiu contra mestres e líderes evangélicos que haviam se desviado do caminho da verdade:
- "Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos"  (1Jo 2.19).
- "Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho" (1Jo 2.22).
- "Aquele que pratica o pecado procede do diabo" (1Jo 3.8)- "Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo" (1Jo 3.10).
- "todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1Jo 4.3).

- "... muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo... Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus... Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más" (2Jo 7-1).

Poderíamos acusar João de falta de amor pela firmeza com que ele resiste ao erro teológico?
O amor que é cobrado pelos evangélicos sentimentalistas acaba se tornando a postura de quem não tem convicções. O amor bíblico disciplina, corrige, repreende, diz a verdade. E quando se vê diante do erro seguido de arrependimento e da contrição, perdoa, esquece, tolera, suporta. O Senhor Jesus, ao perdoar a mulher adúltera, acrescentou "vai e não peques mais". O amor perdoa, mas cobra retidão. O Senhor pediu ao Pai que perdoasse seus algozes, que não sabiam o que faziam; todavia, durante a semana que antecedeu seu martírio não deixou de censurá-los, chamando-os de hipócritas, raça de víboras e filhos do inferno. Essa separação entre amor e verdade feita por alguns evangélicos torna o amor num mero sentimentalismo vazio.

O amor, segundo Paulo, "é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (1Coríntios 13.4-7). Percebe-se que Paulo não está falando de um sentimento geral de inclusão e tolerância, mas de uma atitude decisiva em favor da verdade, do bem e da retidão. Não é de admirar que o autor desse "hino ao amor" pronunciou um anátema aos que pregam outro Evangelho (Gálatas 1). Destaco da descrição de Paulo a frase "O amor regozija-se com a verdade" (1Coríntios 13.6b). A idéia de "aprovar" está presente na frase. O amor aprova alegremente a verdade. Ele se regozija quando a verdade de Deus triunfa, quando Cristo está sendo glorificado e a igreja edificada.

Portanto, o amor cobrado pelos que se ofendem com a defesa da fé, a exposição do erro e o confronto da inverdade não é o amor bíblico. Falta de amor para com as pessoas seria deixar que elas continuassem a ser enganadas sem ao menos tentar mostrar o outro lado da questão. 

Boieiro e profeta
"Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros."
Am 7.14

Se Amós tivesse meramente negado que era profeta, provavelmente teria sido alijado do seu ofício magisterial por conta dessa declaração. Mas ele queria dizer que não era um profeta que ensinado na lei de Deus desde a infância para ser um intérprete da Escritura, e, por isso, afirmava também não ser discípulo de profeta; pois sabemos que, à época, existiam colégios para profetas, instituídos para que houvesse sempre alguma sementeira e não faltassem mestres bons e fiéis à Igreja de Deus. Amós afirma que não era um profeta dessa categoria, antes confessa ser iletrado, mas por isso obteve para si maior autoridade, já que o Senhor lançara mão dele, como que à força, e o pusera sobre o seu povo para o ensinar. Milagre maior foi Cristo ter escolhido primeiro homens rudes e ignorantes como seus apóstolos, e não Paulo e outros doutores da lei iguais a ele. Se no princípio Cristo tivesse selecionado discípulos assim, a autoridade dele pareceria menor, mas como ele preparara pelo seu Espírito aqueles que, contrariamente, eram indoutos, ficou ainda mais evidente que eles tinham sido enviados do alto.

Oração
Concede, ó Deus onipotente, já que dás liberdade assim tão frouxa a Satanás, a ponto de ele tentar, com toda espécie de astúcia, subverter os teus servos, — o concede que aqueles a quem enviaste, e também supriste do poder invencível do teu Espírito, perseverem até o final no cumprimento do ofício deles; e ainda que seus adversários os ataquem com maquinações e se lhes oponham com violência impudente, que eles não se desviem do rumo mas se consagrem totalmente a ti com prudência, e também coragem, perseverando assim em obediência contínua; e que também disperses toda obscuridade e armadilha espalhadas por Satanás para enganar os inexperientes, até que venha à tona a verdade, vencedora do maligno e do mundo inteiro, e surja o teu Filho, o Sol da Justiça, reunindo a todos a fim de que no seu reino de paz desfrutemos da vitória, que devemos conquistar diariamente nas nossas lutas constantes contra os inimigos do teu Filho unigênito. Amém.

Devotions and prayers of John Calvin, 52 one-page devotions with selected prayers on facing pages.
Org. Charles E. Edwards. Old Paths Gospel Press. S/d. Pags. 46 e 47
Tradução: Marcos Vasconcelos, julho/2009.

(mv.tradutor@gmail.com)